sexta-feira, 26 de agosto de 2011

jogo pra ganhar... chega de 'me perder'

Sem tempo de escrever.

Sem tempo. Sem tempo. Sem tempo.

Embora, tanta,... tanta,... tanta coisa a dizer.

Minha maior necessidade agora e o auto-investimento. Eu sei, ando um pouco egoísta. Mas é preciso. Não vejo outra forma no momento. Vou juntando todas as vontades, e tento fazer tudo o que posso dentro da minha condição preciosa de liberdade atual. É claro que na minha cabecinha de sagitariana nativa do planeta Fogo, sedenta de paixões, as vezes confunde essa tal liberdade com solidão. Não acho a menor graça nesse estado de vida. Não cultivo. E para não alimentar esse 'ponto de vista', aproveito o lado bom de estar sozinha.

A paixão sempre me tira do eixo. É a mais bela viagem, mas eu sempre perco a noção do tempo. Não é a hora agora. Claro que esta decisão, não faz parte de uma estúpida rigidez,.. é só sensatez... Embora meu coração seja insensato demais pra resistir a essa dança. Claro que não pretendo petrifica-lo. Não há como. Não é saudável. Mas estou curtindo a tranqulidade da paz que vem do desencanto, e é bom. Curtir lembranças é bom. Sofrer não é bom. Não quero abrir espaço na minha agenda cheia de sonhos e projeções profissionais, pra mais uma historinha que não combine com o tema central do meu roteiro. Quero flutuar sem tirar os pés do chão, sem perder o rumo. Quero dar as mãos. Sendo assim, só se for o tal do amor. Né? Aquele amor. Aliás, um daqueles. Cada fase da nossa vida o amor tem uma cara, uma função, uma importância. Neste momento o que eu preciso não é de companhia, e sim de acolhimento do corpo, da alma e do pensamento.

Eu sei, to crescendo. É muita coisa pra segurar. E além de tudo, to solta em campo, e não quero concorrência. Quero torcida. O time pro qual estou vestindo a camisa agora e torcendo sem descanso, é o meu.

sábado, 30 de abril de 2011

bye, bye, amor

Muitas questões a resolver e uma pitada de angustia para saborear o momento que vida leva. Uma certeza. Dentro desta certeza, pelo menos, estou em paz.

Neste fim de semana pela primeira vez, o espetáculo “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, subiu ao palco sem a minha presença, e pelo acaso do destino também sem o brilho da minha amiga de palco e da vida, Luana Xavier. No caso de Luana, por enquanto, só dessa vez. No meu caso, muito provavelmente para sempre. Fechei este ciclo que há tempos venho tentando findar. Minhas razões de estar ali eram já tão covardes quanto a minha decisão em adiar o ponto final dessa historia. Fazer um espetáculo de sucesso nos dá a falsa sensação de que estamos no lugar certo. Receber aplausos, estar em cartaz, viajar com um grande espetáculo, é uma grande realização pro ator. Mas tudo isso perde a cor e o valor, se não há mais essência para o fenômeno que se dá. Há três anos dentro de uma relação já não se sente mais o perfume. É preciso algum tempo de afastamento para voltar naquele “lugar” e redescobrir que cheiro tem.

Muito tempo, muitas histórias, muitas vidas vividas. Foi um casamento lindo, desses que nunca mais deve existir igual. Mas quando o amor acaba, o que fazer? Desfazer. Não há outra solução. Esta decisão é cruel. A vida se torna cruel, quando nosso coração pede pra desatar laços tão fortes. Não é nada fácil. Mas a partir do momento em que tomei esta decisão, vi o quanto foi simples, totalmente viável e possível. Um casamento que se empurra, uma vez desfeito, gritamos pra dentro ou pra fora: “Eu podia ter feito isso antes!”.

Olho a minha volta e me sinto uma gota em mar aberto. Percebo que a vida ficou maior do que já era, e me engoliu! Agora a coisa é séria. Me joguei no mundo e não faço idéia do que vai ser de mim. Mas algo especial há de vir por aí. Desta vez, sem que tantos aplausos, me impeça de ouvir, e nenhum holofote tape meus olhos. A única coisa que nunca pode mudar é que tudo, tudo mesmo, tem o lado bom e ruim. E alimentando minha fé budista como nunca, a cada passo meu, tranformo meu carma negativo em positivo.

A vida é uma só pra gente viver de mentira. Eu quero viver de verdade.

http://www.youtube.com/watch?v=nk5DfV-kc6U

domingo, 3 de abril de 2011

um dia desses

Claudio Galvan | Elvira Helena | Carolina Freitas | Luana Xavier

dona flor e seus dois maridos

testando

Muito peculiar da idade essas horas. Me aflora, me toma, me alerta... me forma. A gente vai ganhando formações. Penso: é assim mesmo? É. O lugar daquela hora era uma sala de teste para um comercial. As pessoas tem mais ou menos a mesma idade em sua maioria. Na totalidade, acima de 25 anos. E por aí, já sei como se dança.
Cada um carrega sua única história no olhar, no estar. Mas "as janelas da alma" são parecidas. Existe uma harmonia de tom entre os componentes. Todos com aquela percepção mais "sagaz" da vida. É inevitável, a maturidade se mostra. Está tudo pronto pra colher. Existe um coro de "entendemos da vida".
Porém, muitas vezes esperteza, merece hora certa. As vezes segundos. Pois o futuro pode ser tudo, ou nada.
Nem sempre quando agimos com a certeza da "experiência", chegamos no melhor resultado.

segunda-feira, 28 de março de 2011

A Unidade.

Fazia tempo que meu coração não disparava por esse ‘momento teatro’. Minha amiga Luana Xavier disse certo: ‘Estou ate com vontade de fazer essa peça hoje’. Na verdade, vontade mesmo, alguma que seja, ou a mínima possível, sempre há. Estamos naquele palco ate hoje, talvez porque um dia foi fundido uma formula inabalável. Esta formula foi alterada, e tudo passou a ter outras cores também. Mas neste fim de semana chegamos a uma mistura que não é a original, mas sim a mais especial de toda a trajetória deste espetáculo.
Eu não esperava viver tanta coisa assim quando passei naquele teste em julho de 2007. Atores veteranos que já vivenciaram outras longas temporadas também dizem que nunca houve nada intenso quanto as histórias vividas em Dona Flor e Seus Dois Maridos. Vivi três anos em dois dias. O clima de comemoração da vida, da volta, aquela sensação de querer que o tempo parasse ali. Os atores Duda Ribeiro e Marcello Gonçalves elevaram nossa arte com o regresso cheio de sucesso! Especialmente Duda, que comemorou seu renascimento no palco. A última vez que o vi antes deste momento tão esperado foi há 1 ano atrás. A notícia era que Duda tinha apenas algumas semanas de vida, diante do avanço que tinha alcançado o tumor do seu fígado. Duda é prova MUITO VIVA daquilo que se chama fé.
Estavam todos muito vivos! E lindos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

a volta

Volto pra estrada em algumas horas. Próxima parada São Bernardo do Campo. Ainda vamos ensaiar a peça antes de partirmos. Teríamos 3 ensaios nesta semana. Mas foi reduzido em um, que será amanhã. Deve haver algumas mudanças. Eu acho. Estamos distantes da peça há 3 meses e eu confesso não ter nenhuma saudade. Mas é claro que amanha quando a caixa vibrar, o bumbo bater, o tamborim batucar e o pandeiro chacoalhar eu vou dançar. Não há como Dona Flor passar por mim sem fazer meu coração sorrir. Mas quero me apaixonar por outra.
O que é imprevisível já está com data marcada pra acontecer, dentro de algumas certezas: a Rodoviária Novo Rio vai me receber, vou com uma mochila, aquela calça confortável pra (tentar) dormir as 6 horas de sono até lá. São Bernardo vai me acolher ainda dormindo em parte. A outra parte que cedo madruga já deve se deslocar pelas escadas rolantes, corredores, conexões do metro, e pelas avenidas na alvorada. O cheiro de café da rodoviária vai me chamar e eu vou esperar. Logo chega a hora de fazer o chek in no hotel. Vou descobrir qual é o meu andar, dividir meu quarto com alguém que bem conheço, separar meu território e largar a mochila lá. Vou até o café da manha no hotel, que pode ser ótimo ou não. Mas certamente vou tomar uma xícara de café com muito leite pra não despertar muito. Depois vou, aí sim de verdade, dormir até a hora do almoço. Vou acordar e tomar um banho, que pode ser ótimo ou não. Vou entrar numa van com meus colegas que me levará até um restaurante. Neste caminho, pela janela, vou observar a cidade e falar bobagens com meus amigos. Vou almoçar uma comida que pode ser ótima, ou não. Em seguida é so voltar pro hotel, descansar um pouco, fazer a digestão e ir para o teatro. Primeiro dia é para chegar cedo no teatro pra conhecer bem geografia. A peça a gente já esta careca de saber. O teatro também pode ser ótimo, ou não. O espetáculo vai começar e pode ser ótimo, ou não. Mas seja como for, as pessoas vão gostar. Não é prepotência. É potência mesmo. Garantia de 3 anos. Mais tarde vamos jantar e vai ser ótimo porque muito provavelmente vamos beber, e sentir a alegria de estar vivo e fazer teatro, com o tempero da fome. Então qualquer comida será bem vinda. Depois vamos pro hotel. E a partir daí o imprevisível se fará presente. Ou nos juntamos, ou dormimos, ou saímos. No dia seguinte, eu chego em São Bernardo.

domingo, 13 de março de 2011

recitando

coisas de marthinha que dá vontade de decorar...

"Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar,
pior é não ter presente, e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar. Meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto, meio autêntico.
Sumi porque sumir é um jogo de paciência, e ausentar-se é risco e sapiência.
Pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado.
A saudade fará mais por nós dois, que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência."

Martha Medeiros